terça-feira, 22 de março de 2011

Drogas: Como não ver?

Em vez de cobrar das autoridades uma efetiva política de recuperação de viciados que hoje assola as diversas classes sociais, destruindo os usuários, familiares, amigos e quem mais estiver por perto, as pseudo-elites querem o uso da força para tirar de suas vistas a miséria que assola o País.
 
No Triângulo das Bermudas, na Praia do Canto, bairro nobre de Vitória, atual "moradia" de um grupo de "guardadores de carros", eles contam que sonham em sair das ruas, mas o maior impedimento é o vício. Eles sabem que não bem vistos pelos moradores do bairro nobre da Capital, mas que têm o direito de permanecer no local.

"Alguns dias são mais tensos, outros estamos mais felizes, mas vamos levando, estejamos bem ou mal" diz um morador de rua. "A abordagem já esteve conversando com a gente, mas não sei qual é o projeto deles para nos ajudar de uma vez por todas. Eles chegam oferecendo cobertor, alguma ajuda, abrigo, mas acho que isso é pouco. O mais importante para a gente é se recuperar, receber um tratamento. Mas do jeito que está não vamos nos recuperar nunca", afirma, desanimado. 

Na noite desta segunda-feira (22) a associação convocou uma reunião para discutir o problema. Representantes da prefeitura da cidade, da Polícia Militar, da Secretaria de Estado da Segurança Pública e até dos próprios moradores de rua participaram. No entanto, nenhuma solução foi apontada, o que Aguirre considera decepcionante.

"Os resultados decepcionaram porque há sempre uma desculpa de não conseguir tirar essas pessoas da rua. A prefeitura faz o papel dela, mas tira e eles voltam. É preciso tirá-los da rua realmente, definitivamente". 

De acordo com o presidente da associação - que já se deparou com 14 moradores de rua em frente à própria casa - o que os moradores do bairro querem é a saída definitiva dos andarilhos. "Gostaríamos que a Praia do Canto ficasse livre desse tipo de gente", afirmou.


Durante a reunião o gerente de Proteção Social, Especial e de Alta Complexidade da Prefeitura de Vitória, Anabel Gomes Pereira, argumentou que não existe lei para determinar uma pessoa a deixar a rua. "Nem nós podemos fazer isso, nem a polícia". 

Já o gerente de Integração Comunitária da Sesp, Luís Carlos Machado, completou com outro fator que engessa a atuação da polícia: "O uso de drogas, muito comum a esse grupo de pessoas, é um problema de saúde pública, segundo a lei. Alguma medida só pode ser tomada quando é cometido algum crime, como roubo e assalto. É aí que cabe a atuação mais rigorosa dos órgãos públicos para coibir essa violência". 

Longe de mim defender o uso de drogas, mas a única alternativa realmente viável é a recuperação dos viciados e um feroz combate aos traficantes.

Por: Eliseu

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