terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Em visita ao ES Dilma diz que nunca viu tanta água

Presidente verificou de perto a situação do estado nesta terça-feira (24). Dilma explicou que a prioridade é evitar mais mortes.

No: G1/ES

dilma_helicoptero_editada“Nunca vi tanta água”, declarou a presidente Dilma Rousseff ao sobrevoar as áreas alagadas do Espírito Santo, na manhã desta terça-feira (24). O voo durou aproximadamente 40 minutos. A presidente explicou que a prioridade é salvar as pessoas afetadas e em situação de risco, evitando mortes. Uma ponte provisória também será providenciada na ES-080, em um trecho que ficou destruído. As fortes chuvas já atingem o estado há oito dias e mais de 49 mil moradores precisaram sair de suas casas, segundo a Defesa Civil.
Dilma sobrevoou as cidades em um helicóptero da Força Aérea, junto com a equipe e o governador do estado, Renato Casagrande. A presidente contou que desde que saiu de Brasília, nesta manhã, monitorou os locais de visitação no Espírito Santo e definiu maneiras de ajudar o estado e a população.

Dilma Rousseff explicou que o governo federal vai continuar mandando kits de sobrevivência para os desabrigados no Espírito Santo, mantendo a ajuda da Força Nacional e que vai enviar também hipoclorito de sódio, para purificar as águas que ficaram contaminadas. Ela ainda contou que uma equipe do Exército virá ao estado na próxima quinta-feira (26), para construir uma ponte provisória na rodovia ES-080, onde a via está interrompida, próximo ao município de Pancas, na região Noroeste. Serão seis carretas vindas do estado do Rio de Janeiro com o material para fazer as obras.

“Uma coisa me emocionou muito, foi a solidariedade do povo capixaba. É algo que temos que comemorar nesse Natal. Vamos proporcionar maior resgate de pessoas e buscar dar mais conforto para as pessoas”, declarou a presidenta. Dilma ainda comentou a gravidade da situação em Colatina, no Noroeste do estado, pois o Rio Doce invadiu várias partes da cidade. “Essa é uma situação muito delicada, de muita gravidade, pois o Rio Doce começa em Minas Gerais, onde a situação também está preocupante. Então esse é um problema de dois estados, o rio não para de subir quando chega no Espírito Santo, subiu nos dois lugares. Vamos dar apoio integral aos dois governos”, disse.

Ajuda financeira

Enquanto esteve no estado, a presidente foi questionada sobre a necessidade de conceder mais ajuda financeira ao Espírito Santo, a presidente disse que já está “jogando dinheiro aqui” com a presença do Exército.

Mais investimentos serão analisados, segundo Dilma. “Essa é uma questão que nós vamos olhar com o governador e com os órgãos locais. Já repassamos todos os dinheiros disponíveis. Nós já demos 9 mil kits aqui, tudo que nos pediram nós demos. O governo federal vai manter equipe aqui, toda ação da Segurança Nacional é com nosso recurso. Todos os veículos que estão aqui são com nosso recurso, nós estamos jogando dinheiro aqui”, falou.

Dentre a ajuda oferecida pelo Governo Federal ao Espírito Santo estão três mil kits dormitório, três mil kits de limpeza e três mil kits de higiene pessoal. Além disso, outro helicóptero e quatro geólogos vieram ao estado. Anteriormente, o governo federal já havia anunciado a doação de duas mil cestas básicas.

Rede social

Antes mesmo de desembarcar em Brasília, a presidenta comentou a visita ao Espírito Santo pelo Twitter. “A tragédia das chuvas no Espírito Santo destruiu casas, estradas e sonhos. Vamos tentar reconstruir os três.#ChuvanoES”, escreveu no microblog. Ela disse também que se reuniu com o governador e autoridades locais.

Segundo a presidenta, serão liberados primeiro os recursos necessários para “resgatar as pessoas, salvar vidas e abrigar as famílias atingidas”. Em seguida serão reconstruídas estradas, hospitais, escolas e moradias nos municípios alagados.

Ela escreveu ainda que também serão feitas obras estruturantes de prevenção e que o governo já contratou os R$ 608 milhões.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Hipócritas!

Por: Eliseu

chuva_alagamento_desabrigado_corrupçao“Chuva deixa mais de 800 fora de casa”, essa é a chamada de capa do G1/ES de hoje, cuja matéria se intitula “Mais de 800 pessoas estão fora de casa no ES, segundo Defesa Civil”, descrevendo que “São 94 desabrigados, 713 desalojados e 248 edificações danificadas. Boletim foi divulgado às 11h desta quarta-feira (18).”

E como o leitor pode ver na página do G1/ES como nos demais órgãos de imprensa, descrevem a lamentável situação da população capixaba em que muitos perderam tudo, alguns perdem até a própria vida e a de familiares, sempre insinuando que a culpa é da chuva. E, grande parte da desinformada população concorda: “foi Deus que quis assim”, dizem.

Como sabiamente disse Joseph Pulitzer, “com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma” é o que tem acontecido. De tanto repetir que a culpa é da chuva, a população pensa que é mesmo.

Mas porque a mídia não fala a verdade? Simples! Ela (a mídia) recebe verdadeiras fortunas de publicidade - a maioria delas enganosa - de órgãos públicos. Todos: Federais, Estaduais e Municipais. Então fica fácil chegar a conclusão do porque tamanha mentira, tamanha hipocrisia, principalmente tratando-se do PIG capitaneado pela Rede Globo e seus tentáculos que é a que recebe maior verba governamental.

A culpa dos alagamentos e consequente prejuízos à população não é da chuva, de São Pedro, de Deus ou seja lá que entidade for. A culpa é exclusivamente dos nossos governantes, principalmente dos prefeitos nos casos das cidades, que se preocupam mais em dilapidar (roubar mesmo) o erário público que resolver os problemas antes que as chuvas cheguem com obras bem feitas de saneamento básico e educação e fiscalização rigorosa da população para que não jogue lixo em locais indevidos.

Para relembrar a irresponsabilidade dos nossos governantes, publiquei aqui neste blog em 21/11/2011, matéria intitulada “Governo do Rio tem solução para enchentes: Sirenes”. Seria hilário se não fosse trágico!

domingo, 1 de dezembro de 2013

Zezé Perrella, a cocaína e o sobrenome roubado

Por : Kiko Nogueira, no Diário do Centro do Mundo

zeze_perrela_cocaina_drogasPara onde ia a cocaína apreendida no helicóptero da família Perrella? Segundo a Polícia Federal, para a Europa. Os 450 quilos foram avaliados em 10 milhões de reais. Com o refino, pode chegar a dez vezes isso. É a maior apreensão já ocorrida no Espírito Santo, a segunda maior do ano.

É uma operação milionária. O piloto avisou que receberia 60 mil pelo transporte. Quatro pessoas acabaram presas e foram levadas à Superintendência da PF, em São Torquato, Vila Velha. A polícia investigava a área. O sítio, que valeria 300 mil, teria sido comprado por cerca de 500 mil por um laranja, o que despertou a desconfiança da comunidade.

O “grande” traficante, no Brasil, é visto ainda como o sujeito que mora no morro, tem cara de mau, torce para o Flamengo e vive numa “mansão” (a cada invasão de favela aparece uma jacuzzi vagabunda que os telejornais classificam como “uma das mordomias” de Pezão, Luizão, Jefão ou seja lá quem for).

A possível ligação de dois políticos, pai e filho, com uma apreensão desse tamanho mostra que o tráfico vai muito além disso. O deputado estadual Gustavo Perrella (filho de Zezé), num primeiro momento, declarou que a aeronave fora roubada. Depois surgiu uma troca de mensagens com o piloto. Ele vai depor na PF, bem como sua irmã. O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro (o Kakay), diz que o SMS vai provar que seu cliente não sabia de nada. A Folha deu que Gustavo usava verba pública para abastecer a aeronave. O piloto, aliás, era funcionário da Assembleia.

Os Perrellas dão um enredo mafioso clássico. José Perrella, ex-presidente do Cruzeiro, empresário, senador, já foi indiciado por  lavagem de dinheiro na venda do zagueiro Luizão, em 2003. Um inquérito da PF e outro do Ministério Público de Minas investigam também ocultação de patrimônio.

Segundo o “Hoje em Dia”, sua mais recente declaração de bens ao TRE falava em apenas 490 mil reais. Só a fazenda Morada Nova, a 300 quilômetros de Belo Horizonte, está avaliada em 60 milhões de reais.

Em matéria de sinais exteriores de riqueza, ainda possui uma Mercedes CL-63 AMG, que custa em torno de 300 mil reais. Sua casa, no bairro Belvedere, o mais caro de BH, estaria avaliada em 10 milhões. Gustavo, por sua vez, é dono de uma Land Rover e um BMW, dos quais só o último foi declarado à Justiça.

Zezé Perrella chegou a BH com os seis irmãos nos anos 70, vindo do interior do estado. Vendiam queijo e linguiça da roça. Seu enriquecimento foi fulminante, especialmente depois de entrar para a política em 1998. Naquele ano, declarou ter 809 mil reais. Na eleição seguinte, perto de 2 milhões. E então um milagre aconteceu: em 2006, seu patrimônio, no papel, caiu para 700 mil. Até chegar aos 490 mil. Um helicóptero como o usado na apreensão de coca sai por 3 milhões. Não há hipótese de ele sair do chão sem que o dono saiba.

O caso dos Perrellas tem os contornos de uma história da máfia até pelo nome italiano. Mas até mesmo aí existe um problema: ele foi, digamos, “emprestado”.

Perrella é o sobrenome de um imigrante do sul da Itália, Pasquale, que começou vendendo banha de porco em Belo Horizonte no início do século passado. A banha servia para conservar alimentos. O negócio prosperou e seus descendentes criaram um frigorífico que se tornaria famoso. Em 1988, o frigorífico foi vendido para José de Oliveira Costa, nosso Zezé, que fez um acordo para passar a assinar Perrella, registrado em cartório. Parte dos netos e bisnetos de Pasquale se arrepende amargamente de ver agora o nome do velho envolvido em crimes. Em fevereiro, a empresa foi acusada de adulterar carnes.

No ano passado, Zezé Perrella escreveu um artigo para o jornal “O Estado de Minas”. Um bom trecho:

A corrupção tem sido, infelizmente, uma constante da política e da administração pública brasileira, além da participação de segmentos privados.

É um fenômeno mundial, no qual alguns países, como o nosso, se destacam pelo grau de incidência e, ainda maior, de impunidade. Mesmo que os escândalos sejam comprovados. Isso resulta na descrença da sociedade na preservação dos valores morais e éticos próprios de uma civilização.

É tempo de um basta definitivo e a oportunidade se aproxima.

Repetindo: é tempo de um basta definitivo e a oportunidade se aproxima.

Ps do O Carcará: Não podemos nunca esquecer que um dos caciques do PSDB está envolvido nisso. O Senador playboy Aécio Neves já saiu em defesa dos Perrella, e o “coisa ruim do FHC já defendeu abertamente o uso e tráfico de drogas.

sábado, 30 de novembro de 2013

Aécio sai em defesa de acusado de tráfico

O playboy senador e presidenciável tucano defende fornecedor e diz que caso deve ser rapidamente esclarecido. Também critica o Ministro da Justiça José Cardozo por enviar denúncia contra tucanos à Polícia Federal

Por: Eliseu 

aecio_bebadoO senador Aécio Neves (PSDB), conhecido playboy mineiro que também gosta de aprontar das sua no Rio de Janeiro e provável candidato à presidência da República, disse ontem (29) em São Paulo que ainda não vê ligação do deputado estadual Gustavo Perrella (Solidariedade-MG) com a “questão” (tráfico de drogas) na qual é implicado. Perrella, filho do senador Zezé Perrella (PDT-MG), é o dono do helicóptero apreendido em uma fazenda no município de Afonso Cláudio, Espírito Santo, com 443 quilos de cocaína no último domingo (24). “Ele tem que explicar. Até hoje não ouvi nada que o vinculasse a essa questão. Temos que dar a ele direito de defesa, mas é preciso que seja rapidamente esclarecido”, afirmou, após almoço no Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), na Vila Clementino, zona sul da capital, informou o site Rede Brasil Atual.

O site de notícias também informou que o deputado federal Fernando Francischini (Solidariedade-PR) afirmou que vai pedir ao presidente do partido, Paulinho da Força, o afastamento de Gustavo Perrella do partido.

Aécio falou também sobre as denúncias da formação de cartel e de corrupção no Metrô de São Paulo, trazidas à tona pela multinacional alemã Siemens ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), dizendo ser falsos os documentos nos quais são citados três secretários do governador tucano Geraldo Alckmin que poderiam estar ligados ao esquema do lobista Arthur Teixeira: José Aníbal (Energia), Jurandir Fernandes (Transportes Metropolitanos) e Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico). Segundo as denúncias, atribuídas ao ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer, o senador Aloysio Nunes (PSDB/SP) também seria próximo a Teixeira.

“Queremos que o ministro da Justiça simplesmente explique por que não assumiu desde o início que foi ele quem encaminhou os documentos à Polícia Federal. Por que não se explica com clareza quem é que fez a falsificação daqueles documentos”, disse Aécio. Esta semana, ele, os três secretários e Aloysio Nunes chegaram a pedir a demissão de Cardozo.

Ontem, o ministro da Justiça acusou a cúpula tucana de tentar tumultuar as investigações que envolvem vários caciques do partido com o esquema de corrupção no Metrô de São Paulo e na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e disse que vai processar quem o difamar.

O que o narigudo playboy mineiro “esqueceu” de mencionar é que seu partido, o PSDB, lidera com folga o ranking dos partidos com mais corruptos no Brasil.

E Aécio não é o primeiro na cúpula do tucanato a defender o tráfico de drogas. O facínora “coisa ruim”, também conhecido no mundo dos cornos como “corno manso” diplomado e tudo, para ficar mais claro, Fernando Henrique Cardoso que atende também pela alcunha de FHC já defendeu de público o uso e tráfico de maconha.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Serviço público: irresponsabilidade sempre!

Obra mal feita da Cesan faz asfalto ceder e um carro acabou caindo em uma cratera na Avenida Norte Sul, no bairro Laranjeiras, na Serra, na madrugada desta segunda-feira (25).

Por: Eliseu

cratera_buraco_laranjeiras_serra_cesanQuem no Brasil já precisou resolver ou usar algo público e não se aborreceu? Os mandatários neste país trabalham(?) como se o que é público de ninguém é. E o resultado são absurdos como a entrevista ao Fantástico domingo passado do ladrão auditor fiscal Luís Alexandre Cardoso de Magalhães, confortavelmente sentado em sua bela residência, em vez de estar trancafiado num presídio.

Mas voltando ao nosso pequeno e rico Estado, o Espírito Santo, que parece ter uma “cabeça de burro” enterrado, uma chuva persistente de algumas horas, mas de baixa intensidade causou um tremendo susto e prejuízo à um cidadão. Na verdade não foi a chuva, mas a irresponsabilidade da Cesan, a concessionária de água e esgoto local.

Numa das inúmeras (todas) obras mal feitas da Cesan, um pacato cidadão que se dirigia à casa da namorada teve seu veículo engolido por uma cratera que se abriu no cruzamento das movimentadas Avenida Norte Sul e Central, no bairro de Laranjeiras, na Serra. Ele contou que o veículo foi comprado há três meses e que ainda não tinha seguro. “Com essa chuva não dá para ver muita coisa. Não tinha nenhuma sinalização. A placa estava virada para o chão. Quando eu passei, o buraco cedeu mais ainda e meu carro virou. Por pouco ele não capota”, contou. 

Um morador disse, - e esse blogueiro que mora próximo e sempre passa por lá pode atestar – que o buraco apareceu após uma obra realizada pela fornecedora de água e já existia no cruzamento há cerca de duas semanas. “Tem aproximadamente 45 a 60 dias que foi executada a obra de esgoto da Cesan. Talvez pela má construção tenha acontecido esse desmoronamento. Já é a segunda vez depois da execução da obra. Houve uma chuva anteriormente e agora de novo o asfalto cedeu“.

Por meio de nota, a Cesan colocou a culpa em São Pedro, informando que o local passou por uma obra recentemente e, devido a quantidade de chuva na madrugada desta segunda-feira (25), o asfalto cedeu. Ainda segundo a companhia, logo após o acidente, o local foi sinalizado. Nesta teça-feira (26), uma equipe vai realizar o reparo na via. 

Não foi por causa da chuva que o asfalto cedeu, mas por má fiscalização, que sempre tem no meio a corrupção, que o asfalto cedeu. E porque o local não foi sinalizado antes, e sim depois do acidente? Se fosse num país sério seria estranho. Mas no Brasil é “normal”.

E o dono do carro que meta a mão no bolso para consertá-lo. Ou peça ao Joaquim Barbosa para resolver o problema dele.

domingo, 20 de outubro de 2013

A cruzada de Almeidinha contra a “Bolsa Esmola”

Na Suíça, o Bolsa Família recebe o “Nobel” da seguridade social. Aqui, há campanha para suspender o direito político de seus beneficiários

Por: Matheus Pichonelli, no CartaCapital

bolsa_familia_almeidinhaO programa Bolsa Família recebeu, na terça-feira 15, o 1º prêmio Award for Outstanding Achievement in Social Security, espécie de Nobel concedido a cada três anos pela Associação Internacional de Seguridade Social (ISSA), entidade com sede na Suíça. É o mais importante reconhecimento de um programa responsável por ajudar a quebrar no País um ciclo histórico de fome e miséria. É o reconhecimento, também, de que a aposta em promover a autonomia dos beneficiados por meio de um cartão magnético passou longe de um mantra brasileiro quase pré-histórico: o de que dinheiro na mão de pobre é, na melhor das hipóteses, desperdício; na pior, um mero instrumento de troca de apoio e voto.

A notícia, em meio à tensão pré-eleitoral, deixou a turma do Almeidinha em polvorosa. Nas mesas de bar, do trabalho ou em memes de Facebook, a reação ao prêmio foi quase previsível. Houve uma avalanche de revolta e cusparadas contra o que chamam de Bolsa Esmola. Uma das montagens é uma peça-rara: uma enxada e outros utensílios de mão-de-obra rural com os dizeres “no meu tempo, Bolsa Família era quando os pais de família trabalhavam” (algo assim). Uma outra mostrava a confusão em uma agência da Caixa após os boatos sobre o fim do benefício: “Brigar por esmola é mais fácil do que brigar por saúde, emprego e educação”. Outra, um “apelo ao fim do voto de cabresto”, questionava a legitimidade dos beneficiários em participar das eleições. O raciocínio é de uma sofisticação invejável. A vítima do cabresto, afinal, é sempre o pobre. E pobre, de barriga cheia, é incapaz de pensar por si: automaticamente, devolve a esmola com a gratidão em forma de voto vendido. (O cabresto, para quem não sabe, é a correia fixada na cabeça de animais, como as mulas, para amarrá-los ou dirigi-los; o uso da expressão, a essa altura do campeonato, diz mais sobre a consciência e os pressupostos do autor do que sobre o sistema político que ele finge combater).

Críticas ao programa, como se sabe, existem. Muitas delas são justificadas, entre as quais a dificuldade de fiscalização e o seu uso, em discursos de campanha, como arma de terrorismo eleitoral (“se fulano ganhar, acabou a mamata”).

Até aí, normal. O que espanta, nas manifestações de ódio, é a precariedade dos argumentos. A turma do Almeidinha, ao latir contra uma política de transferência de renda (que, vale dizer, não é uma invenção brasileira), não demonstra apenas a sua ignorância sobre as contrapartidas do programa. Demonstra o completo desprezo em relação a quem, até ontem, topava limpar, lavar, passar e cozinhar na casa grande por algum trocado e a condução. É como se passasse um recibo: é preferível deixar a população desassistida, sem vacina, sem alimento e sem escola, do que depender de política pública para dar o primeiro passo.

A bronca da patrulha é compreensível: a autonomia do explorado é o desarme do explorador. E ao explorador não resta outra alternativa se não espalhar seus próprios preconceitos aos ventos. Segundo esta visão turva sobre o mundo, a capacidade de raciocínio do pobre se limite a comer e beber. Não difere da de um animal. Um animal que se contenta em receber um complemento de renda para se acomodar – e não, como ele, batalhar por uma vida melhor que extrapole o teto do benefício.

O modelo do self made man só serve para ele, e é uma questão quase moral não depender de ninguém. No mundo em que a educação, até ontem, era objeto de luxo das mesmas famílias, os Almeidinhas mais bem alimentados preferem ignorar os fatos e propagar a sua própria visão de mundo: um mundo segundo o qual a limitação do pobre não é material, mas humana; sua complexidade existencial se limitaria assim a acordar, sacar o benefício, comer (sem talheres), dormir e procriar. Decerto a trupe de Almeidinha só conhece o mundo fora de sua bolha por ouvir dizer. Para ele e seu classe-média-sofrismo, refinamento é passar os dias (e a vida) repetindo chavões sem base empírica. É espalhar no Facebook mensagens sobre o que desconhece ao lado de frases jamais escritas pelos autores que nunca leu. O resto, para ele, é pura ignorância. A ignorância que atrasa o progresso da nação.

PS: Em dez anos, o Bolsa Família beneficiou mais de 50 milhões de brasileiros e tirou 22 milhões de pessoas da miséria, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social. Para entrar no programa, o beneficiário deve cumprir uma série de contrapartidas, entre elas o acompanhamento da frequência escolar, da agenda de vacinação e nutrição dos filhos e o pré-natal de gestantes. Com o benefício, o comércio em localidades historicamente legadas à miséria se movimentou e a evasão escolar arrefeceu. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), para cada real investido pelo programa, há um retorno para a economia de 1,78 real. Não é por menos que, em época de eleição, candidatos de diferentes partidos saem no tapa para proclamar a paternidade do programa. Uns se declaram idealizadores da experiência pioneira. Outros, da sua ampliação. Ganha quem apostar que em 2014 não haverá um só candidato capaz de sugerir o fim do benefício).

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Retorno!

Prefeitura da Serra impede blogueiro de mostrar as mazelas em unidade de saúde e o trata como marginal, ou melhor, palhaço! 

Por: Eliseu 

raivaApós quase um ano de interrupção nas postagens, que ocorreu pelo principal motivo de doença de minha esposa, que apesar de todo esforço culminou em seu falecimento dia 19/12/2012, o que deixou esse blogueiro profundamente transtornado, volto às atividades no Capixaba News. A vontade era de voltar com boas notícias sobre nossa cidade, uma vez que trocamos o demagogo Sérgio Vidigal. Mas infelizmente aqui na nossa rica e bela cidade de Serra, sai prefeito, entra prefeito, e tudo continua como antes. O prefeito lamenta muito, faz pouco… muito pouco. Mas a prefeitura sabe como tratar o contribuinte, o cidadão de bem, com o devido desrespeito. Literalmente como palhaço.

Tentei dar um crédito de confiança ao Audifax, mas infelizmente decorridos quase dez meses de seu governo, ele (Audifax) continua com seu velho discurso. Apenas faz promessas que não são cumpridas; lamenta falta de dinheiro; que seu antecessor deixou a prefeitura com dívidas, etc, etc, e mais etc.

Como cidadão, esse blogueiro que edita também o blog O Carcará - esse voltado principalmente à política nacional – sabedor que a única arma que dispõe é usar do seu direito constitucional de livre de expressão para denunciar a falta de respeito dos políticos Capixabas, principalmente os de Serra, resolveu voltar a editar esse veículo de comunicação alternativo. Mas já começou tendo seu sagrado direito expresso no Artº 5º da Constituição Federal cerceado hoje em uma unidade de saúde do município.

Apesar de toda truculência, falta de informação por parte de funcionários, ouvir e evidentemente devolver alguns desaforos, este blogueiro que foi impedido de fotografar, acabou filmando na frente de quem o impedia (o funcionário público que de tão despreparado sequer percebeu) a situação que se encontra a unidade de saúde. Mas esse assunto será tratado em outra postagem, e possivelmente também junto à nossa cega e lenta justiça.

sábado, 27 de outubro de 2012

Polícia diz que clientes do tráfico pagam droga com cartão de crédito

cartao_traficoUma máquina de cartão de crédito foi apreendida com um dos presos.
Polícia apreendeu mais de sete quilos de pasta base de cocaína, na Serra.

No G1/ES 

Em uma operação realizada na Serra, município da Grande Vitória, a polícia prendeu quatro pessoas e apreendeu mais de sete quilos de pasta base de cocaína, na noite desta sexta-feira (26).  Com um dos presos, os policiais encontraram uma máquina de cartão de crédito. A polícia acredita que a máquina era usada para facilitar o pagamento dos clientes.

A droga estava em um ônibus que saiu de Rondônia para a Serra. Segundo a polícia, um dos presos trouxe a droga e outros dois eram responsáveis por vender para outros traficantes da região. O preso que estava com a máquina de cartão de crédito disse que ela pertencia a uma empresa. Mas a polícia acredita que ela era usada no tráfico.

sábado, 20 de outubro de 2012

Pronto Atendimento amanhece fechado

Pacientes ficaram do lado de fora do Pronto Atendimento (PA) de Itacibá. Na porta, foi colocado um papelão para impedir a procura por informação.

Por: Tatiana Arruda, no G1/ES 

pronto_atendimentoPacientes procuraram atendimento médico no Pronto Atendimento (PA) de Itacibá, em Cariacica, na Grande Vitória, foram impedidos de entrar na unidade e ficaram do lado de fora, na manhã deste sábado (20). A unidade, que deveria funcionar 24 horas, estava com as portas fechadas e sem médicos. A Secretaria Municipal de Saúde de Cariacica informou que um dos médicos teve que se ausentar e, por isso, o atendimento a novos casos foi paralisado temporariamente, mas voltou ao normal no final da manhã.

Segundo a Secretaria de Saúde do município, o plantão da noite de sexta-feira (19) contava com  três médicos atendendo no Pronto-Atendimento (PA) de Itacibá. Porém, um dos médicos teve que se ausentar por motivos pessoais e o PA passou a funcionar com dois médicos. Assim, o atendimento às pessoas que já tinham dado entrada no PA continuou normalmente, ficando paralisado, temporariamente, o atendimento a novos casos.

Os pacientes contam que, no início da manhã, tentavam abrir a porta para pedir informação, mas uma cadeira bloqueava a entrada. De dentro da unidade, funcionários gritavam que não tinha médico. Em outra porta da unidade foi colocado um papelão para impedir a procura por informação.

O aposentado Jacinto Siqueira disse que chegou às 5h e até as 9h não tinha sido atendido. “O que eu vi foi um monte de gente passando mal e voltando para casa”, relatou Siqueira. Já o pedreiro Ronaldo Pereira disse que levou a mãe com pressão alta para ser medicada, mas não conseguiu atendimento.