Um paciente que estava no setor de emergência do Hospital Dório Silva, na Serra, morreu no início da noite desta quinta-feira (07), logo após uma queda de energia ter atingido o local. Segundo denúncia feita pela Cooperativa de Clínicos, Emergencistas e Socorristas do Espírito Santo (Coceses), o funcionamento dos ventiladores mecânicos, que ajudam na respiração de pacientes entubados, foi atingido pela falha de energia que teria ocorrido por sobrecarga. A Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), porém, diz que a morte não está ligada à falha.
O paciente seria um senhor de 63 anos, segundo um médico que preferiu não se identificar, e teria sido internado há uma semana após um AVC. O caso teria ocorrido logo após outro paciente ter sido alocado no setor, que tem capacidade para sete pessoas, mas onde já havia o dobro. O último paciente havia chegado há pouco, de um hospital de Aracruz. Segundo o presidente da cooperativa, Bruno Vale de Souza, quando o paciente foi colocado no ambiente, ocorreu a queda de energia.
"Nessa hora, a rede de oxigênio que alimenta os ventiladores falhou. Fizemos ventilação manual, mas um deles sofreu a parada cardíaca e faleceu", explica o presidente da cooperativa.
Boletim
Bruno Vale de Souza, que é médico do hospital e outros colegas, preocupados com a superlotação no local, chegaram a registrar, no DPJ da Serra, um boletim de ocorrência. "Quando a situação chega a esse ponto, o Estado tem a obrigação de comprar leitos particulares. Não cabe mais ninguém no (Hospital) Dório Silva", frisa o médico.
Na tarde desta quinta os sete quartos da emergência estavam ocupados e ainda acolhiam outros seis pacientes que também esperavam por atendimento. "Na teoria, cada um desses pacientes era para ser socorrido e direcionado para o setor adequado, uma UTI, um semi-intensivo ou uma enfermaria, em 12 a 24 horas. Mas tem quem fique um mês nessa espera", reclama o presidente da Coceses.
A situação piorou quando, à tarde, um paciente de Aracruz com AVC hemorrágico chegou ao hospital. "Ligaram solicitando a vaga, mas ela não existia. Não foi negado por falta de médico, mas porque não há espaço para o trabalho. A Central de Vagas encaminhou o paciente mesmo assim", alega o advogado da Cooperativa, Alexandre Rossoni.
Por: A Gazeta
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