sexta-feira, 8 de julho de 2011

Após queda de energia no Dório Silva, paciente morre

Um paciente que estava no setor de emergência do Hospital Dório Silva, na Serra, morreu no início da noite desta quinta-feira (07), logo após uma queda de energia ter atingido o local. Segundo denúncia feita pela Cooperativa de Clínicos, Emergencistas e Socorristas do Espírito Santo (Coceses), o funcionamento dos ventiladores mecânicos, que ajudam na respiração de pacientes entubados, foi atingido pela falha de energia que teria ocorrido por sobrecarga. A Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), porém, diz que a morte não está ligada à falha.
O paciente seria um senhor de 63 anos, segundo um médico que preferiu não se identificar, e teria sido internado há uma semana após um AVC. O caso teria ocorrido logo após outro paciente ter sido alocado no setor, que tem capacidade para sete pessoas, mas onde já havia o dobro. O último paciente havia chegado há pouco, de um hospital de Aracruz. Segundo o presidente da cooperativa, Bruno Vale de Souza, quando o paciente foi colocado no ambiente, ocorreu a queda de energia. 
"Nessa hora, a rede de oxigênio que alimenta os ventiladores falhou. Fizemos ventilação manual, mas um deles sofreu a parada cardíaca e faleceu", explica o presidente da cooperativa.
Boletim

Bruno Vale de Souza, que é médico do hospital e outros colegas, preocupados com a superlotação no local, chegaram a registrar, no DPJ da Serra, um boletim de ocorrência. "Quando a situação chega a esse ponto, o Estado tem a obrigação de comprar leitos particulares. Não cabe mais ninguém no (Hospital) Dório Silva", frisa o médico.
Na tarde desta quinta os sete quartos da emergência estavam ocupados e ainda acolhiam outros seis pacientes que também esperavam por atendimento. "Na teoria, cada um desses pacientes era para ser socorrido e direcionado para o setor adequado, uma UTI, um semi-intensivo ou uma enfermaria, em 12 a 24 horas. Mas tem quem fique um mês nessa espera", reclama o presidente da Coceses.
A situação piorou quando, à tarde, um paciente de Aracruz com AVC hemorrágico chegou ao hospital. "Ligaram solicitando a vaga, mas ela não existia. Não foi negado por falta de médico, mas porque não há espaço para o trabalho. A Central de Vagas encaminhou o paciente mesmo assim", alega o advogado da Cooperativa, Alexandre Rossoni.

Por: A Gazeta

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